Durante o debate à prefeitura de São Paulo realizado pela TV Cultura no último domingo (15), José Luiz Datena (PSDB) acabou agredindo Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira nas costas. O ocorrido fez a organizadora do debate interromper a programação.
As provocações de Marçal a Datena precederam a agressão. O candidato do PRTB mencionou uma acusação de assédio sexual contra Datena e questionou quando ele terminaria com a “palhaçada”, sugerindo a possibilidade de uma desistência por parte do adversário na disputa pelo cargo. Datena respondeu chamando os ataques de Marçal de “ofensas e calúnias” e o qualificou como um “bandidinho”.
Na tréplica, Marçal disse que o opositor não sabia o que estava fazendo no debate e o chamou de “arregão”. Então o coach provocou-o: “Você não respondeu à pergunta. A gente quer saber. Você é um arregão. Você atravessou o debate esses dias para me dar tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso. Você não é homem.” Confira o momento da agressão.
Tumulto continuou no intervalo
Imagens da TV Cultura mostram então Datena se aproximando de Pablo Marçal e agredindo-o em uma cadeira. Na sequência, o mediador do debate interrompeu o programa. Datena foi expulso pela organização do debate.
Nesta segunda-feira (16), a Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar os crimes de agressão e injúria por parte de Datena. O tumulto continuou nos bastidores, e Marçal se dirigiu de ambulância até o Hospital Sirio-Libanês, deixando o debate, e a assessoria do candidato divulgou que ele teve uma fratura na costela e saiu com o braço imobilizado.
Confira o que disse os outros candidatos
O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) se solidarizam com Datena.
“Hoje tivemos aqui esse momento lamentável. Uma perda para a nossa democracia. A gente viu o candidato Datena perder a cabeça, mas ele foi provocado, ele foi defender a honra da sua sogra”, afirmou o prefeito.
Em nota, a candidata Tábata Amaral (PSB) expressou seu pesar pela situação. Embora tenha criticado a atuação de Marçal durante a campanha eleitoral, ela condenou a agressão contra o adversário.
“Não é sobre ideologia. Quem tem amor por São Paulo, que respeita as pessoas, que recebeu alguma educação em casa, olha para isso e fica indignado. E acho que vale ressaltar, Pablo Marçal está desde o dia zero trabalhando para que isso acontecesse. Mas nada justifica a agressão. Não responde em nada os problemas que a gente está vivendo aqui em São Paulo.”
Marina Helena (NOVO) classificou a cena como ‘lamentável’.
“Cena deprimente. Usaram a minha cadeira, um para agredir o outro, foi realmente horrível e continuou. E digo mais, ainda nos outros blocos, continuaram agressões verbais aqui.”
Acusações e poucas propostas marcaram o debate
Após a agressão, o debate retornou depois de 10 minutos de intervalo. A expectativa era que houvesse mais propostas e diálogos entre os candidatos. Nunes e Boulos continuaram as acusações e provocações.
Apenas as candidatas Marina Helena e Tábata Amaral apresentaram propostas e mantiveram o diálogo.